21 DE MAIO DIA DE SANTO EUGÊNIO DE MAZEMOD E SANTO ANDRÉ BOBOLA
SANTO EUGÊNIO DE MAZEMOD
Carlos José Eugênio de Mazemod nasceu no sul da França, no dia 01 de agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia à uma família burguesa muito rica. Sua infância foi tranqüila até 1790, quando a família teve que fugir da Revolução Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália.
Embora Eugênio antes do exílio tivesse dado mostras de sua vocação religiosa, ela foi sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua formação intelectual, devido a falta de uma moradia fixa. Ao retornar para a França em 1802, com vinte anos de idade, amadureceu a idéia de ingressar para a vida religiosa. Entrou no seminário em Paris, recebendo a ordenação três anos depois.
Retornou para sua cidade natal, dedicando seu apostolado à pregação. Levou a Palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, à todos dando os Sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos. Em 1816, fundou a congregação dos "Oblatos de Maria Imaculada".
Eugênio foi nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. O povo pobre o amava e respeitava. Eugênio de Mazemod morreu no dia 21 de maio de 1861.
Reflexão:
Jesus Cristo associou misticamente em si os filhos dos homens para formar com esses uma coisa só, deixando, todavia, subsistir a própria personalidade de todos aqueles que se teriam unido a ele. E como em Jesus Cristo não existe se não uma só pessoa, assim todos os cristãos devem formar com ele um só corpo. Ele serà a cabeça e esses os membros (Eugênio de Mazenod).
Oração:
Oh Deus, que na tua misericórdia, quiseste enriquecer o santo Bispo Eugênio de Mazenod grandes virtudes apostólicas para anunciar o Evangelho às gentes, concede-nos, por sua intercessão, de arder no mesmo espírito e de tender unicamente ao serviço da Igreja e à salvação das almas. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
SANTO ANDRÉ BOBOLA
André Bobola nasceu no ano de 1592 no
Palatinado de Sandomir, na Polônia, de família ilustre e religiosa. Desde
pequeno notaram-se no menino os dons extraordinários com que Deus tinha cumulado
sua alma.
Fez seus estudos no colégio jesuíta de sua cidade natal, e já era
apontado pelos mestres como modelo para os outros estudantes.
Com a idade de 21 anos, entrou para a Companhia de Jesus em
Wilna. Fez profissão religiosa, sendo depois encarregado da educação da
juventude em vários colégios jesuítas, conquistando os alunos por sua
amabilidade e bondade.
Era corpulento, mas de baixa estatura. Seu ar nobre, afável e
piedoso atraía as pessoas. Com longa barba, excelente espírito, memória feliz e
expressão acolhedora, ia direto aos corações. Era entretanto sua profunda
convicção o que mais atraía.
"Ai de mim se não evangelizar"
No dia 2 de junho de 1630, fez sua profissão solene e tornou-se
superior da residência dos jesuítas em Bobruisk. Nesse tempo pôde revelar sua
ardente caridade durante uma epidemia que dizimou a Lituânia. E só não foi
vítima dela porque Deus Nosso Senhor o reservava para outro martírio mais
heróico.
Demitiu-se em 1636 do cargo de superior, para dedicar-se
exclusivamente às missões. Seu campo de ação foi sobretudo o reino da Lituânia,
que ele percorreu por inteiro em suas caminhadas apostólicas.
Por esse tempo os cossacos da Ucrânia, os russos e os tártaros
devastavam a Polônia, e a fé católica era objeto dos ataques simultâneos de
protestantes e cismáticos. Os jesuítas, em particular, eram os mais odiados.
Muitos foram expulsos de suas casas e levados em cativeiro. Era uma época muito
difícil para o apostolado, entretanto o intrépido Pe. Bobola não se detinha
diante dessas dificuldades. Ele podia dizer como São Paulo: "Ai de mim se não
evangelizar".
Seu apostolado era fecundo. Janow, uma das cidades mais cultas da
Lituânia, contava com apenas dois católicos quando ele começou a evangelizá-la.
Seu trabalho foi tão abençoado que, à sua morte, praticamente toda a cidade
tinha voltado à verdadeira fé. Mesmo os fiéis da Igreja Ortodoxa russa,
cismática, não podiam resistir à sua pregação, e se convertiam em grande número
à verdadeira Igreja.
"Cão jesuíta! Cão papista! Feiticeiro!"
Os sacerdotes cismáticos, não podendo segurar esses fiéis em suas
fileiras, voltavam contra o missionário todo seu ódio. E davam dinheiro a
desclassificados para atacarem-no com injúrias e maus tratos. Como isso não
adiantasse, idealizaram outro método ainda mais grosseiro de prejudicar o Pe.
Bobola: arrebanharam meninos de rua e os industriaram tão bem, que eles
esperavam o missionário sair de sua residência e o acompanhavam depois,
atirando-lhe os objetos mais vis, em meio a tremenda algazarra. Se o santo ia
visitar um enfermo, esperavam-no do lado de fora, gritando contra ele os mais
injuriosos epítetos. O mesmo faziam quando ele ia pregar. E assim procuravam
tornar sua vida impossível.
Mas o Santo permanecia impassível diante de tanta injúria,
mostrando mesmo para com esses moleques uma bondade, uma paz de coração, um
desejo de fazer-lhes bem, que teria convertido pedras em filhos de Abraão. Mas
os sacerdotes cismáticos o tinham previsto, e acautelavam os meninos contra esse
"feitiço". Assim, quando o sacerdote procurava dirigir-lhes a palavra,
afastavam-se gritando: "Cão jesuíta! Cão papista! Ladrão de almas! Feiticeiro!
Feiticeiro!".
Entretanto, vendo que nada disso conseguia impedi-lo de continuar
seu apostolado avassalador, determinaram tirar-lhe a vida. Para isso chamaram em
seu auxílio os cossacos, que haviam invadido a Polônia.
Foi então que os jesuítas, e entre eles o Pe. Bobola,
retiraram-se para Janow, onde poderiam ser mais úteis aos católicos perseguidos.
Mas não tardou a aparecer nessa cidade um destacamento de cossacos, a quem os
cismáticos tinham informado o paradeiro do missionário.
Vitral representando o martírio de Santo André Bobola
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Martírio movido pelo ódio à Religião católica
No dia 16 de maio de 1657, véspera da Ascensão de Nosso Senhor,
Santo André Bobola estava na pequena cidade de Perezdyle, onde fora pregar em
preparação para a festa do dia seguinte. À notícia da aproximação dos cossacos,
os fiéis pressionaram o santo para que fugisse. Dois dos cossacos alcançaram-no,
despiram-no, amarraram-no a uma árvore e o moeram de golpes. Era o começo de uma
série inaudita de tormentos, que só o ódio religioso pode suscitar. Sobre esse
tremendo martírio, a Sagrada Congregação dos Ritos afirmou ser "talvez o
martírio mais cruel que jamais se submeteu ao exame desta Sagrada
Congregação".
Levado para os chefes, estes quiseram de todos os modos obter a
apostasia do campeão de Jesus Cristo. Como nada conseguissem, ataram-no a um
poste e o flagelaram impiedosamente durante largo tempo. Em seguida
aplicaram-lhe em redor da cabeça dois galhos de um arbusto e os apertaram por
meio de torções e contorções, provocando-lhe dores atrozes. Arrancaram-lhe então
a pele das mãos, deixando-as em carne viva.
Mas não pararam aí. Ligaram-no às selas de dois cavaleiros e o
obrigaram a segui-los até Janow. Como ele não andava com a velocidade desejada
pelos cossacos, estes lhe deram vários golpes, recebendo ele nesta ocasião duas
profundas feridas nos braços.
À entrada de Janow havia uma pequena casa destinada ao matadouro
público. Ali levaram o santo, amarraram-no a um banco, e com tochas foram-lhe
queimando a fogo lento os lados e o peito. Lembrando-se de que a vítima era
sacerdote católico, cortaram-lhe a pele da cabeça no local da tonsura
eclesiástica, deixando os ossos do crânio a descoberto. As mãos que tinham
recebido a unção sagrada, e às quais já haviam arrancado a pele, foram ainda
mais mutiladas. Cortaram-lhe as falanges de ambos os polegares, que serviam para
a Consagração, e também o indicador da mão direita, desligando os músculos da
mão esquerda para arrancarem os dedos juntamente com a pele. Virando-lhe o
corpo, tiraram a pele das costas e de uma parte dos braços e lançaram palha de
cevada moída sobre a carne viva. Afiaram depois estiletes de madeira e
meteram-nos debaixo das unhas dos artelhos e dos dedos. A exemplo de Nosso
Senhor em sua Paixão, tudo isso era entremeado com pancadas e bofetadas tão
fortes, que fizeram saltar vários dentes, inchando-lhe enormemente a face.
Um requinte ainda era necessário: a língua, que tanto pregara,
necessitava ser arrancada. Por isso, depois de lhe vazarem um olho, de
cortar-lhe o nariz e de lhe rasgarem os lábios, abriram a garganta e
arrancaram-lhe toda a língua. Depois tomaram um estilete e o espetaram no
coração. Como o corpo martirizado ainda se contorcia, diziam rindo: "Como dança
esse polaco!". Finalmente deram-lhe dois golpes de misericórdia.
Janow: igreja no lugar do martírio do santo
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Ódio anti-católico renovado pelos comunistas
Diz-se que nesse momento uma luz sobrenatural apareceu sobre
Janow, e os cossacos fugiram a toda brida. Os católicos o enterraram no colégio
dos jesuítas de Pinsk.
Anos mais tarde os cossacos da Ucrânia voltaram a invadir a
Lituânia meridional. No colégio de Pinsk, os jesuítas temeram por sua sorte. O
superior se perguntava a qual santo recorrer nessa emergência, e na noite de 19
de abril de 1702 apareceu-lhe um religioso com o hábito jesuíta, que lhe disse:
"Tendes necessidade de um protetor junto a Deus. Por que não vos dirigis a mim?
Sou André Bobola, morto em ódio à fé pelos cossacos. Procurai meu corpo, eu
serei o defensor do colégio".
Encontraram então o túmulo do mártir num canto da igreja do
colégio, onde permanecia no esquecimento. Após 45 anos da morte, seu corpo
estava incorrupto, coberto com os mil ferimentos do martírio, nos quais se via
ainda o sangue fresco. A carne permanecia branda e flexível. Foi assim, por esse
milagre estupendo, que a Providência quis tornar conhecidos muitos dos detalhes
do martírio desse grande defensor da fé. Em seu processo de beatificação, é dito
que foi ele mesmo o verdadeiro postulador de sua causa.
Em
17 de junho de 1938 os estos mortais de Santo André foram levados solenemente
pelas ruas de Cracóvia
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Santo André Bobola foi beatificado pelo Bem-aventurado Pio IX.
Mas seu "martírio" post-mortem não cessara ainda. Quando os bolchevistas
dominaram a Polônia, arrebataram violentamente as suas relíquias e as levaram
para Moscou. Foi só depois de muitas e demoradas negociações que a Santa Sé
conseguiu-as de volta, em 2 de novembro de 1923. Pio XI o canonizou solenemente
em 1938, e mais tarde ele se tornou protetor da nobre nação polonesa.
Fonte:http://www.catolicismo.com.br